sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Promessas de fim de ano, educação moral e progresso do espírito



Como todo final de ano, é hora das promessas para alteração da vida no ano novo. Expectativas de mudança de emprego ou de conseguir um, de casa nova, de relacionamento para os solteiros, de melhoria das relações para os compromissados, parar de beber, parar de fumar, curar-se de doenças, de malhar mais e deixar o corpo em forma, de emagrecer, economizar...
Enfim, todo ano é a mesma coisa... Uma extensa lista de promessas a serem cumpridas.  As intenções são boas, mas, ao desenrolar dos dias, caem no esquecimento. Os fatores são diversos, desde a preguiça para engendrar a transformação à falta de tempo para promover as mudanças prometidas.
Percebe-se, entretanto, que todas essas mudanças tem ligação com outra mais profunda e esquecida, não só no final do ano como em todos os dias de qualquer ano, a educação moral, que logrará a tão falada reforma íntima que, quando levada a efeito fará com que, não precisemos mais de promessas de fim de ano, pois ela será natural, sem dores, praticamente imperceptível.
O amai-vos e instrui-vos é conhecido de todos os que lidam no movimento espírita, porém, bem poucos entendem que o seu real significado está ligado ao entendimento de que para evoluir é necessário estar imbuído de estudos sobre os procedimentos essenciais e ter consciência sobre a necessidade de evolução.
A Doutrina Espírita tem entre as suas atribuições ajudar o homem a realizar a sua transformação moral, mas, essa atitude passa por compreensões maiores do que possamos supor. A primeira delas, é que carregamos certos vícios dos quais podemos não nos orgulhar, mas temos grandes dificuldades em extingui-los por estes já terem percorrido uma boa parte da vida alimentando nosso ego com mil e uma justificativas para mantê-los.
Sendo um dos temas mais debatidos no meio espírita, a reforma moral é também das mais complexas a ser colocada em exercício efetivo na vida até mesmo dos espíritas, que engordam as fileiras de promessas de final de ano, esquecendo-se que para alcançar transformações mais profundas, na vida material, é preciso consertar as estruturas que não se vê, as subjetivas, representadas pelo senso moral.
Mas, o que é moral, qual a necessidade dessa reforma?
A questão moral passa essencialmente pela ética que é o conjunto de valores, hábitos e costumes de uma cultura ou sociedade, interpretada pelos romanos como moral. A Ética é parte da Filosofia, seus estudos dizem respeito aos valores que o ser humano emprega em sua conduta para que possa alcançar a felicidade. A Ética está ligada à distinção entre o bem e o mal; entre o que é e o que não é proibido, entre o lícito e o ilícito.
Nesse sentido a educação moral vem criar condições para que saibamos como agir, de modo consciente e racional, para uma mudança comportamental quando despertamos para a necessidade de eliminar os pontos negativos que ainda reinam no espírito.
Reforma moral é um processo ininterrupto na busca pelo conhecimento de si mesmo e consequentemente de renovação de estruturas antigas, substituídas por novos paradigmas que levem o espírito a atingir o tão desejado progresso e equilíbrio.
Nesse esquadrinhamento do íntimo pela superação dos vícios e distúrbios a vivência evangélica é fator primordial que ajudará a eliminar os males do passado e a evitar outros no presente e no futuro.
Assim como as promessas de final de ano tem como propósito um estado de felicidade, este também é o objetivo da promoção da reforma íntima, que, entretanto, tem um alcance muito maior que meramente o âmbito material, apesar de atingir também este. A reforma moral tem seu raio de ação nas profundezas do espírito levando-o à consciencialização de que ele é o artífice de seu destino a partir de sua conduta.
Reformar-se moralmente envolve promessas de transformações que nunca fazemos que é mudar interiormente e que requer estarmos cientes das Leis Divinas, e por esta ser uma realidade ainda distante para muitos, sequer conseguimos cumprir simples promessas de fim de ano. Quando tivermos maturidade suficiente para entender que o alcance de uma vida material de realizações requer mudanças de atitudes mentais e espirituais, seremos mais felizes.
A reforma íntima tira os homens das cinzas, mostra a realidade da vida espiritual. É um processo lento, gradativo, esclarecedor, amplia as potencialidades do espírito para a vida imortal e neste momento é que a abertura para as verdades eternas se farão e não mais haverá promessas de fim de ano que fiquem sem cumprimento. Impregnados de bem estar perceberemos que a reforma íntima é quem cura os males do espírito legando ao corpo novas concepções para a vida na Terra.
                                  
                                   Feliz 2017!



sexta-feira, 23 de dezembro de 2016